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Já conhecemos os biomas brasileiros e seus ingredientes e agora passaremos a estudar as características alimentares a partir das regiões do Brasil segundo a divisão político-administrativa (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul). E neste pensamento subdividimos as regiões para que possamos entender mais abrangentemente.
Na região Norte I, trataremos dos estados do Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima.
Conforme vimos na aula 1, esta região tem grande concentração de comunidades indígenas, de sorte que sua cultura se mistura à rotina das cidades. Vemos um consumo mais acentuado das folhas e raízes da mandioca e seus subprodutos. São exemplos de comida o tacacá, a maniçoba, o peixe com farinha d’água, pirarucu de casaca, etc.
O consumo de tacacá às 5 da tarde é um hábito local. E o tucupi é a base para o seu preparo. Como acompanhamento clássico para a maioria dos pratos está o arroz de jambu.
O consumo do pirão é bastante comum, assim como o da popular maniçoba, espécie de “feijoada do norte”, na qual a folha da mandioca substitui o feijão (CHAVES, 2007, p.18).
O consumo de animais da fauna local em lugar de apenas proteínas que se vende nos mercados e açougues, como é o caso do guisado de tartaruga, presente nos costumes da comunidade, sobretudo, é dos mais antigos. Hoje, por causa da preservação de espécies ameaçadas de extinção, não é permitido consumir tartarugas, capivaras, tatus, etc. se não forem animais criados em cativeiro, mas o costume de comer carne de caça é uma marca da população do norte do Brasil, justamente pela influência indígena de uma comida de subsistência.
É uma região banhada pelo rio Amazonas, de onde conhecemos o Pirarucu (do Tupi pira=peixe, urucum=vermelho) que se trata de um dos maiores peixe de escamas de água doce do planeta, podendo medir mais de 3 metros e pesar mais de 300 kg. Suas escamas costumam ser utilizadas como pente pelos ribeirinhos.
Assim como o pirarucu, encontramos outro importante peixe da Amazônia, o Piraíba, se adulto com peso superior a 150 kg, ou Filhote, se jovem com peso aproximado de 50 kg. É um peixe emblemático na cozinha do Norte. Porém, não é tão valorizado pelo comércio quanto o pirarucu.
A presença indígena é muito forte no Norte e, por isso, podemos perceber que a comida do nortista tem muitas frutas, muitos peixes e os subprodutos da mandioca. Em geral, vimos alimentos que são cozidos, fritos ou moqueados e assados.
No Norte do Brasil, existe uma cultura característica das festas populares. Na Amazônia acontece o Festival Folclórico de Parintins todos os anos, na cidade de Parintins e é reconhecido pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como Patrimônio Cultural do Brasil. Durante a festa que começa na última sexta-feira de junho e vai até o domingo, são realizadas duas apresentações, em forma de disputa, de representações folclóricas do Boi Bumbá. São duas equipes: a do Boi Garantido (vermelho) e a do Boi Caprichoso (azul). A disputa pelo melhor Boi Bumbá é feita no Bumbódromo diante de um público de aproximadamente 35 mil espectadores.
Em Rondônia, o costume dá lugar à Festa do Divino, herança da colonização portuguesa e de origem religiosa, que reúne centenas de fiéis entre os meses de abril, maio e junho de cada ano.
No Acre, as festividades são indígenas. Há alguns anos o estado tem buscado valorizar as comunidades que somaram muitas perdas desde a colonização. Desse modo, ocorrem todos os anos o Festival Indígena Yawa, uma festa que celebra a cultura e tradições das etnias indígenas que ali vivem.
Em Roraima, as festas juninas têm seu espaço garantido. Na cidade de Boa Vista acontece uma grande festa que atrai visitantes de todas as regiões do Brasil. Além das festas juninas, outras festas indígenas também são cultivadas no estado.
Figura 3 - Festa do Divino e Bois Caprichoso e Garantido


Fonte: acesse o link Disponível aqui e Disponível aqui
TUCUPI CASEIRO

TACACÁ

PIRARUCU DE CASACA

Nesta aula estudamos:
- Norte I
Para complementar seus estudos, assista à videoaula a seguir: