Preparado(a) para explorar este universo?
Sabe aquele ditado popular em que a melhor forma de começarmos é do começo? Pois bem, impossível falarmos de empreendedorismo, inovação e criatividade sem entendermos realmente essa terminologia que, mais do que ser uma palavra da moda, nos apresenta oportunidades de atuação e realização pessoal.
A Aula 1 tem esse objetivo principal: que você se familiarize com o conceito a partir de autores que estudam a temática, mas também a partir do que o mercado diz sobre o empreendedorismo.
[...] pois o conceito não é somente um pensamento. [...] O conceito é, portanto, pensamento que expressa a essência do mundo real exatamente naquilo em que ele é mais real; por conseguinte, é concreto e objetivo. (BREITBACH, 1988, p. 123).
O que dizem os autores?
É muito importante você saber que este termo, apesar de atual, não é um termo novo. Ele vem sendo desenvolvido desde a Idade Média (por volta do século XIV) e foi se transformando a partir de sua relação com a sociedade, com as tecnologias, com a visão de mundo das pessoas e com o desenvolvimento das relações comerciais, políticas e econômicas.
Se hoje o termo é visto como algo arrojado, ousado e de alguém que assume os riscos de inovar, com conotação claramente positiva, em outros momentos da história já foi visto de maneira negativa, como apontou Mendes (2017):
Nos séculos XVI e XVII, o empresário era visto como uma pessoa que se entregava à especulação, e não propriamente à produção e geração de riqueza, o que o tornava um indivíduo pouco recomendável” (MENDES, 2017, p. 2).
O quadro abaixo nos apresenta, por meio de uma síntese bem clara, a evolução do conceito de empreendedorismo. Vale a pena ser lido com atenção.
Quadro 1 - Desenvolvimento do termo empreendedorismo e do termo empreendedor a partir da Idade Média. Fonte: Mendes, 2017.
Se pensarmos no estudo da palavra e suas origens, o que se costuma chamar de etimologia, o vocábulo traz como raiz a palavra imprehendere, do latim, que significa "empresa laboriosa e difícil", ou ainda, "pôr em execução" (CUNHA, 2004 apud SCHMIDT; BOHNENBERGER, 2009, p. 452). Há, portanto, uma relação direta entre o desafio de executar um plano de sucesso e rentável, a palavra empreender e o papel do empreendedor.
Mas, professora, você deve estar se perguntando, por qual motivo eu iria me dedicar a alguma coisa que já se propõe como difícil?
É aí que está todo o encanto de se empreender. O empreendedor é uma pessoa motivada a superar desafios, a solucionar problemas e a trazer inovações que possibilitem o desenvolvimento econômico e social, escrevendo seu nome na história e destacando-se no mercado. É justamente este o motor que o faz se movimentar.
Você acha possível que pensemos a comunicação no mundo sem considerarmos os feitos de Johannes Gutenberg, o inventor da prensa que possibilitou a reprodução e disseminação de material gráfico; de Alexander Graham Bell, o inventor do telefone; de Guglielmo Marconi, a quem se atribui a invenção do Rádio; de Steven Jobs e todas as suas contribuições tecnológicas (Computador pessoal, tablet, tocador portátil de música, o iPhone), de Mark Zuckerberg, criador do Facebook, dentre tantos outros protagonistas da comunicação? Esses são exemplos de pessoas motivadas a vencer as barreiras da comunicação e que ajudaram a escrever a nossa história, inclusive enquanto humanidade. Além disso, destacaram-se pessoal e comercialmente falando. Foram grandes empreendedores!
Em 1942, o economista austríaco Joseph Schumpeter associou o empreendedor ao desenvolvimento econômico. Ele chama a atenção para um ponto interessante do capitalismo que denominou de destruição criativa. Você consegue imaginar o que isso significa?
Segundo ele, o sistema capitalista tem como característica inerente uma força denominada de processo de destruição criativa, fundamentando-se no princípio que reside no desenvolvimento de novos produtos, novos métodos de produção e novos mercados; em síntese, trata-se de destruir o velho para se criar o novo.
Pela definição de Schumpeter, o agente básico desse processo de destruição criativa está na figura do que ele considera como o empreendedor.
Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação (SEBRAE, s/d).
Veja bem que não há um limite de campo de conhecimento que diga você pode ou não pode ser empreendedor. Um matemático, um físico, um engenheiro, um comunicador, um literato... há espaço para todos empreenderem! Neste contexto em que o novo é exigido a todo tempo, precisamos nos focar em buscar soluções para os problemas, muito mais do que arquivar conhecimentos ou decorar coisas que em pouco tempo estarão ultrapassadas.
É neste modelo, inclusive, que você está sendo formado neste curso, pois é esse profissional que o mercado exige cada vez mais: alguém que é capaz de articular tudo o que leu, estudou, refletiu, usando-os como referência para alternativas inovadoras de solução de problemas. Conforme destacou Chagas (2000):
“Não adianta mais acumularmos um estoque de conhecimentos. É preciso que saibamos aprender. Sozinhos e sempre. Como realiza o empreendedor na vida real: fazendo, errando, aprendendo” (apud BAGGIO, A; BAGGIO, D, 2014, p. 26).
A resposta é sim: você pode e deve ser um empreendedor caso se sinta motivado a desbravar esse universo!
Voltando à questão conceitual, o professor da Faculdade de Administração, da Universidade The Montreal Business School, Louis Jacques Filion, tem uma definição bem completa sobre o termo e nos ajuda a entender todos os âmbitos deste conceito de maneira clara.
Para ele,
O empreendedor é uma pessoa criativa, marcada pela capacidade de estabelecer e atingir objetivos, e que mantém alto nível de consciência do ambiente em que vive, usando-a para detectar oportunidades de negócios. Um empreendedor que continua a aprender sobre as possíveis oportunidades de negócios e a tomar decisões moderadamente arriscadas que objetivam a inovação, continuará a desempenhar um papel empreendedor. (FILION, 1999, p. 19).
Em síntese, diz o professor: um empreendedor é uma pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões (FILION, 1999, p. 19).
O que diz o mercado?
Está ficando mais claro o conceito para você? Considerei importante, além de trazer autores que se dedicaram a pesquisar o assunto, selecionar algumas falas resultantes de entrevistas ou de sites confiáveis, com pessoas ou instituições que estão no mercado, sobre o conceito de empreendedor ou empreendedorismo.
Veja só que interessante esse olhar que complementa o que vimos no tópico anterior.
Romero Rodrigues, BuscaPé: “Empreender é acreditar no impossível. Se você quer empreender e está perseguindo uma ideia, não conheço nenhuma palavra que possa provocar e trazer mais sucesso, realização e felicidade do que a palavra impossível.”
Ricardo Buckup, B2 Agência: “Empreender é correr risco, é liberdade, é autonomia, é desafio e é demais. É saber que, seja no negócio, na família ou em uma empresa, você não fica na zona de conforto. É buscar outro desafio não só nos negócios, mas na vida.”
Pedro Passos, Natura: “O empreendedor é apaixonado por uma ideia e corre atrás dela. Ele tem que ter brilho nos olhos e vontade de fazer, mesmo que seja a segunda, terceira, quarta iniciativa.”
Wilson Poit, Poit Energia: “O empreendedor não tem vergonha de tentar e ter atrevimento para querer coisas maiores. Ele sabe que o ‘não’ ele já tem garantido.”
Site do SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas). “Em uma visão mais simplista, podemos entender como empreendedor aquele que inicia algo novo, que vê o que ninguém vê, enfim, aquele que realiza antes, aquele que sai da área do sonho, do desejo e parte para a ação”.
Não há limites quando se fala em inovação, criatividade e empreendedorismo. Já parou pra pensar que você pode ser o próximo a deixar uma marca em sua área de atuação?
Eu estou justamente pensando nisso e, para que este projeto seja possível, vamos trabalhar na próxima aula “Tipos de empreendedores, características e habilidades”. Antes que eu me esqueça, se você ainda não assistiu à Videoaula 1, não deixe de fazê-lo, pois ali você tem a possibilidade de reforçar o que vimos aqui! Caso tenha ficado alguma dúvida, sinta-se à vontade para entrar em contato com o tutor.