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Professor

Dr. Samuel Rodrigues Lourenço de Morais

Sistema Reprodutor Masculino

Audiobook

A anatomia do sistema reprodutor masculino em um corte sagital


Espermatogênese

O processo de espermatogênese, como o próprio nome diz, refere-se à síntese do gameta masculino – os espermatozoides –, e esse processo dura de 65 a 75 dias, iniciando com as espermatogônias (núcleo diploide – 2n), permanecendo nos túbulos seminíferos de maneira indiferenciada, servindo como depósito de células para divisão celular e para a futura produção de espermatozoides (TORTORA, 2016).  

Após sua formação, cada espermatócito primário realiza a replicação de seu DNA e inicia o processo de meiose (imagem 2).

Na meiose I, pares de cromossomos homólogos se alinham na placa metafásica, e ocorre o crossing-over. Em seguida, o fuso meiótico puxa um cromossomo (duplicado) de cada par para um polo oposto da célula em divisão. As duas células formadas pela meiose I são chamadas de espermatócitos secundários. Cada espermatócito secundário tem 23 cromossomos, o número haploide (n). Cada cromossomo dentro de um espermatócito secundário, no entanto, é constituído por 2 cromátides (2 cópias do DNA) ainda ligadas por um centrômero. Não há replicação de DNA nos espermatócitos secundários (TORTORA, 2016, p. 1053).

Já durante a meiose II, ocorre o alinhamento dos cromossomos ao longo da placa metafásica, resultando na separação de duas cromátides. Durante esse processo, as quatro células haplóides resultantes da meiose II são denominadas espermátides. Nesse sentido, apenas um único espermatócito primário secreta quatro espermátides por meio de duas divisões celulares, a meiose I e meiose II.

Durante a fase final da espermatogênese (espermiogênese), ocorre o desenvolvimento de espermátides haploides, não ocorrendo divisão celular durante a espermiogênese, onde cada espermátide se torna um espermatozoide único. Em seguida, as espermátides se tornam alongadas e delgadas, surge os acrossomos (TORTORA, 2016).

Por fim, o espermatozoide se dirige ao lúmen do túbulo seminífero com o auxílio do líquido secretado pelas células sustentaculares, ajudando o espermatozoide a chegar aos ductos dos testículos.

Imagem 1 – Secção transversa de uma região do túbulo seminífero, onde ocorre o processo de espermatogênese.

ilustração que exemplifica uma secção transversa de uma região do túbulo seminífero, onde ocorre o processo de espermatogênese, contendo: Membrana basal dos túbulos seminíferos; Superficial; Algumas espermatogônias permanecem como células-tronco precursoras; ESPERMATOGÔNIA; Algumas; espermatogônias se afastam da membrana basal; Mitose; Diferenciação; ESPERMATÓCITO PRIMÁRIO; MEIOSE; Meiose I; Replicação do DNA, formação de tétrades e crossing-over; ESPERMATÓCITO SECUNDÁRIOS; Cada cromossomo tem duas cromátides; Meiose II; ESPERMÁTIDES; Ponte citoplasmática; ESPERMIOGÊNESE; ESPERMATOZOIDES; Parte mais interna; e Lúmen do túbulo seminífero.

Fonte: TORTORA, 2016.

Em relação ao volume de produção diária de espermatozoides, cerca de 300 milhões destes concluem o processo de espermatogênese, e estes, por sua vez, apresentam como principais estruturas a cabeça e cauda.

A cabeça apresenta uma morfologia achatada e triangular, onde se encontram os 23 cromossomos oriundos do pai. Já a cauda de um espermatozoide é dividida em 4 partes: colo, peça intermediária, peça principal e peça terminal. A peça principal é a região mais longa da cauda, a intermediária apresenta mitocôndrias (produção de ATP), enquanto que a peça terminal é a parte distal e afiliada da cauda (imagem 2) (TORTORA, 2016).

Imagem 2 – Espermatozoide maduro e suas respectivas regiões com funções específicas.

ilustração que exemplifica um espermatozoide maduro e suas respectivas regiões com funções específicas, a saber: cabeça; cauda; acrossomo; núcleo; colo; mitocôndrias; peça intermediária; peça principal; e peça terminal.

Fonte: TORTORA, 2016.

O processo de maturação sexual ocorre no período da adolescência, em ambos os gêneros. No caso dos homens, os fatores que deflagram esse processo não são tão claros, porém, sabe-se que células neurossecretoras hipotalâmicas aumentam o volume de secreção de GnRH.  O GnRH por sua vez, estimula os gonadotropos presentes na adeno-hipófise a aumentarem a secreção de duas gonadotropinas específicas, o LH e FSH. Estes hormônios participam do processo de feedback negativo sobre a secreção de testosterona e espermatogênese (imagem 3).

O LH atua sobre as células intersticiais localizadas entre os túbulos seminíferos para que secretem o hormônio esteroide testosterona, que é sintetizado a partir do colesterol presente nos testículos, sendo o principal androgênio masculino. A testosterona pode ser convertida em di-hidrotestosterona (DHT) em algumas células-alvo por meio da ação da enzima 5-alfarredutase, em tecidos como os órgãos genitais e próstata.

O FSH e a testosterona participam de maneira sinérgica sobre as células sustentaculares promovendo a secreção das proteínas de ligação a androgênios (ABP), na região do lúmen dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial ao redor das células espermatogênicas. A ABP ligada a testosterona resulta na manutenção de altas concentrações desse hormônio, o qual, participa das etapas finais da espermatogênese. Quando a espermatogênese é finalizada, as células sustentaculares secretam o hormônio inibina que atua sobre a adeno-hipófise resultando em inibição da secreção de FSH (TORTORA, 2016).

A testosterona a DHT se ligam aos tecidos alvo por meio dos mesmos receptores androgênicos, localizados no interior celular. Quando o hormônio se liga ao seu receptor, forma o que denominamos de complexo hormônio-receptor, regulando a expressão de genes, por meio da ativação ou inibição. Em resultado a esses processos de ativação e inativação, os hormônios androgênicos:

  • induzem o desenvolvimento pré-natal,
  • desenvolvem os caracteres sexuais masculinos (voz, pelos, alargamento dos órgãos sexuais),
  • desenvolvem a função sexual (libido) e
  • estimulam o anabolismo (síntese proteica).

Imagem 3 – Eixo hipotálamo-hipofisário gonadal masculino

ilustração que exemplifica o eixo hipotálamo-hipofisário gonadal masculino, contendo: Hipotálamo; GnRH; Testosterona diminui a liberação de GnRH e; LH; Adeno-hipófise; Gonadotropos; Inibina diminui a liberação de FSH; Juntamente com a testosterona, o FSH estimula a espermatogênese; FSH; LH; LH estimula a secreção de testosterona; Inibina; Testosterona; ABP; Células espermatogênicas ; Células sustentaculares secretam proteína de ligação a androgênios (ABP); Di-hidrotestosterona (DHT); Células intersticiais secretam testosterona.

Fonte: TORTORA, 2016.

Como demonstrado na imagem 3, o controle da secreção de testosterona é regulado por um refinado sistema de feedback negativo. Caso ocorra aumento plasmático de testosterona de maneira que supere os valores de normalidade fisiológica, há a supressão da secreção de GnRH (hipotálamo). Isso resulta em menor liberação de LH e, as células intersticiais dos testículos secretam menor quantidade de testosterona, normalizando as concentrações.

As glândulas seminais secretam um líquido viscoso alcalino que ajuda a neutralizar o ácido do sistema genital feminino, fornece frutose para a produção de ATP pelos espermatozoides, contribui para a motilidade e viabilidade do espermatozoide, e ajuda o sêmen a coagular após a ejaculação.

A ejaculação precoce é ejaculação que ocorre demasiadamente cedo, como por exemplo antes, durante ou logo após a penetração. Geralmente é causada por ansiedade, outras causas psicológicas ou por um prepúcio ou glande do pênis anormalmente sensível. Para a maior parte dos homens, a ejaculação precoce pode ser superada por meio de várias técnicas (como comprimir o pênis entre a glande e o corpo do pênis conforme a ejaculação se aproxima), terapia comportamental ou medicação.

início da abordagem prática

A condição em que os testículos não descem para o escroto é chamada de criptorquidia; ela ocorre em 3% das crianças a termo e 30% dos prematuros. A criptorquidia bilateral não corrigida resulta em esterilidade, porque as células envolvidas nas fases iniciais da espermatogênese são destruídas pela temperatura mais elevada da cavidade pélvica. A chance de câncer de testículo é 30 a 50 vezes maior quando existe criptorquidia.

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Nesta aula estudamos:

  • Espermatogênese

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