“Se você falar com um homem em uma linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração.” (Nelson Mandela)
No mundo moderno e tecnológico, a palavra comuniçação tornou-se chave na observação das relações humanas e no comportamento individual e coletivo.
De acordo com Martins e Zilberknop (2010), comunicar é buscar entendimento e compreensão; é manter contato. “É uma ligação, transmissão de sentimentos e de ideias.” Por isso, comunicar-se bem não significa apenas falar bonito, mas ser eficiente no momento de transmitir mensagens, isto é, fazer com que elas alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos eficientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.
Quando falamos em linguagem, não estamos falando apenas da linguagem escrita e do português padrão, correto e formal. A comunicação utiliza vários tipos de linguagens tais como a linguagem corporal, o tom de voz, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes tipos de linguagens, devemos considerar a diversidade de contextos sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo realizado entre amigos no final da tarde em um happy hour não é o mesmo diálogo realizado pelos colegas dentro da empresa ou em uma reunião com a diretoria. Todos os lugares possuem suas regras próprias, inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de um amigo e vai entrando no quarto sem pedir licença. Assim, acontece com a linguagem.
Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para que uma comunicação eficaz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse linguista russo, há basicamente seis funções determinadas de acordo com o elemento em que a ênfase da mensagem recai.
Veja o esquema:
Fonte: arquivo pessoal
Cada um desses elementos é responsável por tornar a comunicação eficaz. Se um deles não existe ou falha, acontece o chamado “ruído” na comunicação, ou seja, a mensagem não acontece totalmente.
Vamos a cada um deles:
É aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma empresa, uma equipe, etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável pela transmissão de uma mensagem.
É o conteúdo informativo enviado de um emissor para um receptor.
É aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
É qualquer meio pelo qual a mensagem é enviada. Pode ser a voz, celular, computador, livro, propaganda, gestos, outdoor, etc.
É a língua em que a mensagem é escrita ou falada.
É a situação em que ocorre o processo comunicativo: fatores sociais, políticos, emocionais, situações de relacionamento, fatores culturais, religiosos, etc.
Para ilustrar onde entra cada um desses elementos, imagine uma situação comum do cotidiano:
Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele no café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se esqueça de trazer um suco para o jantar, tá?”
Ela, então, envia uma mensagem de texto pelo WhatsApp reforçando que ele pare em um supermercado depois do trabalho e compre o suco.
Roberto responde a mensagem e logo chega em casa com uma caixa de suco debaixo do braço. Mas tem algo errado: ele comprou suco de laranja, e Janaína queria suco de uva.
Nesse exemplo, temos o esquema:
Continuando nossa historinha:
No supermercado, Roberto tira uma foto da caixa de suco, envia para Janaína e vai para casa. No entanto, por algum motivo, a mensagem com a foto não chegou e Janaína não viu que ele iria levar suco de laranja, e não de uva.
Será que rolou uma “DR” ou o jantar seguiu em paz?
Assim, o processo de comunicação não foi totalmente satisfatório nesse caso porque houve uma falha em um dos elementos - no canal, na hora de enviar a foto - e a mensagem não foi recebida. A essa falha dá-se o nome de ruído.
O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO?
Uma comunicação só é efetivamente realizada quando há compreensão por parte do interlocutor. Sem que haja a recepção, uma mensagem emitida de nada serve. A isso se chama ruído na comunicação. Este ruído ocorre quando a mensagem não é decodificada corretamente pelo receptor. São vários os fatores que podem atrapalhar na identificação dos elementos da comunicação. Desde a voz baixa do locutor até o barulho de um ambiente ou ainda um código de signos desconhecidos pelo receptor.
Fonte: CEGALLA, D.P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48. ed. São Paulo: Editora Nacional, 2008.
Em suma, comunicar-se bem não significa falar bonito, mas sim apresentar eficiência na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos eficientemente quando o receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.
Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo comunicativo para que o receptor compreenda e responda aos objetivos do emissor de modo positivo.
Erro de português x Falha de comunicação
Há uma diferença entre erro de português – palavras escritas de forma errada, problema de acentuação, de pontuação, de gramática – e erro de comunicação. Este último é qualquer problema escrito/falado que não apresenta exatamente erros de português, mas foi uma mensagem transmitida de tal forma que fique confuso e causa dúvidas em quem está lendo/ouvindo.
Façamos um pequeno teste: você está procurando um dentista e chega à frente de duas portas. Em uma delas há uma placa (com perdão do exagero no exemplo): “Cirurgião Dentístico” e na outra, “Consultório Odontológico”. Em qual das duas você entraria?
A primeira expressão não apresenta erro nenhum, mas simplesmente não é comum na nossa linguagem. O dentista não tem obrigação de escrever tudo sempre certo, mas na hora de comunicar seu serviço ao público, ele o deve fazer de forma coerente. Senão, criará uma imagem errada de sua competência profissional.
Para complementar seus estudo assista a videoaula a seguir:
Veja as referências utilizadas pelo(a) autor(a). Você pode ainda enriquecer seu aprendizado com os materiais complementares.
Aula Concluída
Você chegou ao fim dessa aula com sucesso!
Selecione o botão avançar para seguir para a próxima aula.
©Unimar - Todos direitos reservados | Design by B42
Livro
Autor: Marcos Bagno
Sinopse: O preconceito, seja ele de que natureza for, é uma crença pessoal, uma postura individual diante do outro. Qualquer pessoa pode achar que um modo de falar é mais bonito, mais feio, mais elegante, mais rude do que outro. No entanto, quando essa postura se transforma em atitude, ela se torna discriminação e esta tem de ser alvo de denúncia e de combate. No caso da língua, é imprescindível que toda cidadã e todo cidadão que frequenta a escola (pública ou privada) receba uma educação linguística crítica e bem informada, na qual se mostre que todos os seres humanos são dotados das mesmíssimas capacidades cognitivas e que todas as línguas e variedades linguísticas são instrumentos perfeitos para dar conta de expressar e construir a experiência humana neste mundo. Este livro já é um clássico brasileiro sobre esse assunto tão delicado de se abordar. Vale a pena ler.
Livro
Autor: Magda Bahia Schlee
Editora: Alta Books
Sinopse: É muito comum ouvirmos dizer por aí que o português é uma língua difícil. Curioso é que muitas das pessoas que dizem isso usam o português no seu dia a dia para interagirem umas com as outras sem maiores problemas. Mas então que português é esse tão difícil assim? Na verdade, a grande dificuldade que muitos falantes têm em relação à língua portuguesa se concentra em uma de suas variedades, a chamada variedade padrão.
Este livro aqui trata justamente dessa variedade, que costuma nos dar uma certa dor de cabeça. Isso ocorre porque esse é o padrão de linguagem usado em situações formais, mais distantes do uso coloquial que fazemos da nossa língua. Essa variedade se deduz fundamentalmente dos usos da língua em textos escritos e dos usos de grupos sociais com alto grau de escolarização, e também das situações de interação em que há maior formalidade entre os interlocutores.
Em linguagem acessível, este manual apresenta os mecanismos básicos que constituem a língua portuguesa.
Livro
Manual de Redação e Estilo do Estado de S. Paulo
Autor: Eduardo Martins
Editora Moderna
Sinopse: Consagrado conjunto de normas da imprensa brasileira, que ultrapassa a fronteira do papel para o mundo online, o Manual de redação e Estilo do Estado cumpriu essa trajetória exatamente porque sua utilidade não é restrita às redações de jornais e revistas.
De autoria do jornalista Eduardo Martins, com 40 anos dedicados ao ofício de moldar textos na Redação do Estado, o Manual chega agora à terceira edição impressa. Cada um dos seus verbetes traz a experiência de quem chefiou incontáveis editorias no jornal, foi seu secretário de Redação e já por oito anos auxilia a Direção da Redação no controle de qualidade dos textos publicados. Indispensável para que quer aprimorar sua escrita, pois funciona como um tira-dúvidas rápido e eficaz.
Filme
Sentidos do Amor
Ano: 2011
Sinopse: O filme conta a história de Susan (Eva Green), uma epidemiologista que acaba de sair de um péssimo relacionamento, enquanto Michael (Ewan McGregor) é um chefe de cozinha que não liga muito para o que as outras pessoas querem. Ambos se conhecem em um momento conturbado para a humanidade, pois por causa de uma doença que se espalha pelo planeta, as pessoas vão gradativamente perdendo os cinco sentidos (olfato, paladar, audição, visão e tato).
Comentário: Apesar da tradução melosa do título em português (Sentidos do Amor), não se trata exatamente de uma história de amor, mas sim, da forma que vemos o mundo e como nos comunicamos. Você imagina como seria suas relações pessoais se um dia você perdesse o olfato, depois a audição, no outro o paladar, no outro o tato, e assim sucessivamente?
Filme
A Chegada
Ano: 2016
Em A Chegada, Amy Adams interpreta Louise Banks, uma linguista brilhante convocada pelo governo americano para se comunicar com os alienígenas que estacionaram suas naves em diversos pontos do mundo. A Dra. Banks lidera a equipe que tenta desvendar o que eles querem. “Seria maravilhoso ter uma língua universal. Mas estamos bem longe disso”, diz Adams. “O que temos em comum são as emoções e nossa experiência humana. Somos todos iguais. Todos temos medos, compaixão, amor, raiva. Mas não sabemos nos comunicar.”
Web
Você gosta de filmes e séries? Veja aqui 14 filmes que o Guia de Estudantes listou para quem gosta ou quer entender um pouco mais dos mecanismos de comunicação nas áreas sociais, políticas, empresariais, virtuais e jornalísticas.
Web
Indispensável para quem escreve em uma base diária, o dicionário da língua portuguesa também serve como gramática e conjugador verbal. Veja na página do link abaixo 5 dicionários online gratuito, entre eles o Michaellis, o Aurélio e o Priberam:
Web
Quer incrementar seu repertório cultural e ainda se inspirar profissionalmente sobre a habilidade de negociar?
Destaque para “Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento”, baseado na história real de Erin (Julia Roberts), mãe solteira, advogada assistente, que tem a árdua tarefa de combater uma grande empresa de bilhões de dólares, responsável por poluir a água da cidade e comprometer a vida de milhares de pessoas.
No começo, Erin não é levada a sério, mas ela insiste nas investigações e em conhecer melhor as pessoas que são vítimas diretas da empresa. Com o tempo, ela ganha o respeito da população e leva adiante um dos maiores casos da história dos Estados Unidos. Uma bela lição de negociação com determinação.
Veja neste blog 11 FILMES SOBRE NEGOCIAÇÃO:
BORGES, Roberto Cabral de Mello. Técnicas de Apresentação. UFRGS. 2003.
CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa. Ed. Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1996.
CHIAVENATO, I. Recursos Humanos: O Capital Humano das Organizações. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2006.
DIONÍSIO ET AL. Oratória. 1 ed. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
FRANÇA, Ana Shirley. Comunicação Escrita nas Empresas: teorias e práticas. São Paulo: Editora Atlas, 2013.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: Leitura e redação. 18 ed. São Paulo: Editora Ática, 2006.
GARDNER, Howard. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995.
JAKOBSON, Roman. Linguística e Comunicação. São Paulo: Cultrix, 2005.
KOBS, Verônica Daniel. Interpretação de textos. Curitiba: IESDE, 2012.
KOCH, Ingedore e ELIAS, Vanda Maria. Ler e Escrever: estratégias de produção textual. São Paulo: Contexto, 2009.
KUNSCH, Margarida M. Krohling (org.) Comunicação organizacional: Linguagem, gestão e perspectivas. Vol. 2. São Paulo, SP. Saraiva, 2009.
______. Comunicação organizacional: conceitos e dimensões dos estudos e das práticas In: MARCHIORI, Marlene. Faces da cultura e da comunicação organizacional. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2006.
NASCIMENTO, E. L. Concordância e Regência. Curitiba: IESDE Brasil, 2012.
RIZZO, C. Marketing pessoal no contexto pós-moderno. Livro eletrônico. 4. ed. São Paulo: Trevisan Editora, 2017.
ROSENTHAL, Marcelo. Gramática para concursos. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
TERCIOTTI, Helena, S. Comunicação Empresarial na Prática. 3ª Ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2013.
VANOYE, Francis. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. Martins Fontes: São Paulo, 2017.
Reitor
Márcio Mesquita Serva
Pró-Reitor de Graduação
José Roberto Marques de Castro
Direção do Núcleo de Educação a Distância
Paulo Pardo
Coordenação do Curso
Ana Lívia Cazane
Organização de conteúdo
Ana Lívia Cazane
Autoria
Juliana Spadoto
Revisão
Juliana Spadoto
Designer Educacional
Maria de Fatima M. M. Corradini
B42 Design
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico.
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos.
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma sem autorização.
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Código Penal.
Imagens, ícones e capa: ©pexels, ©pixabay, ©envato e ©wikimedia
© Universidade de Marília 2019
Avenida Hygino Muzzy Filho, 1001Marília-SP, CEP 17.525–902